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Fazer parte de uma família vai além de um papel, é sentimento. E a segurança do pertencimento não se conquista de um dia para o outro, é uma construção que demanda persistência, carinho e atenção aos mínimos detalhes. Meus filhos já se identificam como Borba Motta mas, mais que isso, se sentem assim e, portanto, já sentem medo de perder isso também. Sim, quem já teve perdas na vida sabe que proporcionalmente ao amor vem o medo de perder o que é tão gostoso de viver.

Todos os dias, quando chego do trabalho, faço questão de conversar com meus filhos. São momentos individuais, nossos. Gosto de saber como foi na escola, como foi com os amigos, as brincadeiras, os aprendizados, o que não foi legal… Essa experiência eu trago de minha infância. Minha mãe sempre gostou de conversar comigo sobre como foi meu dia. Mas esta semana, fui surpreendida pelo pequeno. Na agenda escolar veio um aviso da professora dizendo que ele não havia cumprido os combinados do dia e tinha se comportado mal na sala. Conversei com ele sobre isso. Numa boa, para tentar entender o que aconteceu. E sabe o que foi? Brigou com um colega por causa de um brinquedo e acabou ficando contrariado a tarde toda. Bem, conversamos sobre isso e, na hora de dormir, ele começou a chorar.
– Mãe, eu não me “pocotei“ ( traduzindo: comportei !). Você ficou triste comigo, vai querer outro filho!!!!

Ai que aperto no coração! Como ele podia imaginar que isso aconteceria ??? Nunca faria isso! Ele é um dos amores da minha vida! O fato é que passou pela cabecinha dele, uma vez que ainda guarda no coração a sensação de abandono. Foi então que respondi:
– Filho, ainda que a mamãe fique triste ou chateada com alguma coisa, nós vamos conversar e resolver. Nunca vou te deixar. Você vai sempre continuar sendo meu filho amado. Você confia?
– Confio! Eu também nunca vou querer outra mãe!

E assim, dormiu agarradinho comigo. Nosso melhor lugar do mundo.

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